sexta-feira, 20 de março de 2009

Sense

Tô pensando em você agora, receosa de estar sentindo a vontade que julgo sentir.Livre-me desse desconforto, dessa agonia de te querer.

         Cesse meus desejos, tome-os de volta, leve contigo tudo aquilo que não posso sentir.Querendo enganar o corpo, a alma, o corpo e o espírito.Suponho que já tenhas percebido a agonia que sinto ao te ver.Quero balançar nos seus braços em seu ritmo, me leve e me faça ver estrelas.Leve-me pra longe de toda essa gente e me faça esquecer que estou perdida ou me tire do caminho e me leve pra onde quiser.'Me abrace, me beije faça um filho comigo, mas não me deixe sentar na poltrona em um dia de domingo.'Faça, me faça parar de pensar, me faça largar e deixar tudo que os outros julgam melhor.Não posso revelar quem sou.Ou confie em mim e veja se gosta, ou corra antes que eu o alcance e o faça acreditar que sou melhor do que você vê.O que não é verdade.Sinto em mentir, em te enganar, mas não há como cair na besteira de ser sincera.Se te dissesse a verdade esta se tornaria irreal, partindo-se no meio; me perderia na verdade das palavras te perdendo assim de vista.

         Infelizmente te vejo diferente.Diferente dos garotos fanfarrões que já amei.Sua timidez me faz delirar de prazer.Quero-te só pra mim.Mesmo que por pouco tempo, mesmo tendo de assumir conseqüências.

         Quero-te e não resisto à tua cor, teu jeito, teu cheiro, tua boca.Fico a imaginar como seria teu cheiro, tua boca na minha, nossos lábios selados.

         Dê-me o que você tem de melhor, mesmo que te pareça improvável o meu gostar.Tire minha roupa, me beije, me deixe louca.Puxe-me, me agarre, me jogue na cama.Deixa-me te cheirar, te sentir, te ouvir.Tocar-te, te amar, te gozar.Dancemos no ritmo, aceleremos aos poucos.

         Quero sentir teu gosto em minha boca; tua língua quente junto a minha pele, te explorar te descobrir, ver o que os outros não viram.Fazer-te sentir o que jamais sentiu.Então me possua, me penetre, me faça gemer, gritar.Deixe-me trêmula em clímax.

         Minha língua desbrava teu corpo, sentindo cada pedaço, por inteiro.Teu gosto agridoce me alimenta; instiga com avídes o suco gástrico de meu corpo que busca acidamente absorver você.Eu.Nós.E todos os líquidos produzidos.

        

 

 

 

Matemos nossos desejos, nos devoremos, não deixando nada para próximas ocasiões, terminemos tudo aqui e agora.Não me deixe suportar a agonia do querer sentir.Mate-me aos poucos.Porque o amor mata.Você sabe?Sabe.Faz doer, faz tremer, faz gritar, faz gostar.

         Pelos cabelos te trago até mim.Tua nuca, teu pescoço me prendem a ti.Não consigo parar de te olhar, de te beijar e te querer.Faça-me parar.Não pare, porém.Não pare.Não me escute, não ouça os gritos, não veja caras.

         Expressões que não devem ser lembradas.Nada deve ser lembrado.Apenas sintamos e esqueçamos antes que por fim nos arrependamos.

         Não me deixe arrepender-me de algo que foi bom.Não se faça arrepender por ter gostado mais do que devia.Por tudo que  fez e por querer outra vez.

         Perdôo-te por estar assim tão como eu.Percebo que meus imitadores são assim como eu imitadores de outros.Ao passo que não posso me negar à pergunta: á quem imitamos?

         Não.Isso, nem nada disso importa.Pensamentos confusos me invadem enquanto você me possuí.Tudo o que o pudor me impede de dizer.       

         Perdoa, por te dizer segredos que não pode compreender.Por te fazer sentir o que não quero que sinta.Por te enganar assim, dessa forma que nem mesmo sei qual.

 

                                               By. Tairine Albuquerque

 

 

[Já posso escrever um livro de ficção.Falando sério acho que minha escrita a cada dia fica melhor.]hauHAUhuahUAHUhauH

O Infinito ao meu redor


Os dias passam e as coisas não mudam.Ela perde dia á dia a vontade de escrever de ler de aprender , de viver.E sente.

Pensa que se parasse de sentir podia ser melhor.Não é.

Ela sente e sabe que uma hora tudo acaba e ela não mais conseguirá se esconder.

Diz palavras sem sentido.

Ultimamente as coisas têm sido pouco piores se é que isso fosse possível.

Ela tinha medo.Tinha medo.Medo de não sentir.Ela não sentia , senão o que não importava.Sentia tudo quanto fosse banal e trivial, comum e inútil.Nada que fosse de real importância.Por vezes se pegava chorando sem dor.Rindo por fora e gritando por dentro.Acreditava que alguém viria salva-lá,assim mesmo de um mundo distante,mundo em que ninguém jamais tivesse ouvido.Acreditava.E acreditava.

De fato sabia que isso e muitas outras coisas que desejava jamais iriam acontecer, mas acreditava que elas aconteceriam!

Recordava de tempos bons, e ria baixo pelos cantos, ao sentir aqueles tão conhecidos cheiros de antigamente.

Gostava de cheiros.Cheiros á atraiam,e a traiam.Era sensível aos cheiros e principalmente pelos que já conhecia.

Acreditava que podia ser melhor e que a estagnação era só mais um passo rumo a evolução.

Esse silêncio, produzido por ruídos e antigas musicas, á encantavam.Sentia o que não se podia explicar .

Sentia.Sentia.Não sabia,mas sentia.Quando sentia não cabia em si e então preferia não sentir.Mas sentia.Sempre sentiu e não percebia que sentia,não ousava pensar em coisas tão absurdas.

Ouvia musicas que a induziam a pensar e pensar a deprimia.

Ela estava sumindo,sentia que estava deixando de existir em frente de a uma máquina de  escrever.As palavras sumiam de seu vocabulário.Gostava do sotaque que ele tinha.Gostava de sua voz, do jeito de como ele falava.

Ele?Sim.Ele.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .... ... ... .... .... ... Tinha medo e evitava pensar.... ... ... ... ... ... ... .... ... ... .. ...pensar a levaria a destruição... ... ... ... ... ... ... ... ...e não pensar idem... ... ... ... ... ... ... .... ... não tinha lágrimas nem vontade de chorar.

Inspiração de suas palavras:ela mesma.

Precisava parar ouvir musica,precisava parar de viver pra dentro : de escrever , ler , ouvir musica, precisava.Não!Ela absolutamente não gostava de ter que precisar e então não precisava, precisar.

Sentia que nada mais fazia sentido ,outra vez sentiu, mais ,mais um pedacinho de si que se esvai.

Fotos em preto em branco,barquinhos flutuando pelo mar, e o pôr do sol, a bossa ao fundo e a lembrança de uma noite num bar á meia luz e de uma tal canção.Outra vez não sente nada ao lembrar disso, que supostamente devia lhe importar.

Carros passam por ela , a noite chega e ela não percebe que mais um dia se foi , sem que ela deixe de pensar.Ela não pensa.Ela pensa demais em coisas sem importância.

Quase como uma obsessão segue sua rotina.

O relógio desperta, ela não.Como num susto ,acorda e percebe que está atrasada, nenhuma novidade.

Levanta.Se apronta.Corre a estação,compra seu bilhete e se vai, o trajeto é longo, e sempre que pode lê um livro.Trabalha e sempre se encanta com as mesmas coisas,uma loja de cd´s ,perto donde trabalha.Com uma livraria e um certo livro que deseja ter.Os dias de trabalho eram  sempre cansativos, porém, não longos, quase não vê a hora passar e prefere não olhar o relógio.Sempre que olha , os minutos demoram mais e mais para passar.

Cansada ,sozinha e deprimida , o dia de trabalho foi bom, era o que se podia esperar de uma jovem inexperiente.Devia sentir-se orgulhosa.Não se sentia.

Conta moedas para comprar algo para comer, é fim de mês e sabe que não pode gastar mais nem um centavo, as contas se acumulam e já não sabe o que fazer para que isso mude.Mas prefere não pensar nisso nem em nada.Torce para que o metrô não esteja muito lotado, para prosseguir sua tão querida leitura.O livro?Nehum clássico,não era o melhor que já havia lido, porém um dos mais contagiantes, como todos os outros ela já não conseguia parar de ler e mesmo longe dele parar de pensar em sua continuidade.Quase como uma obsessão.

Sua capacidade de comunicação diminuía a casa dia.Ela não sabia disso.Pelo contrário se orgulhava de sua grande dicção e poder oratória.

Volta pra casa.Lembra que esqueceu do pão.

Há três meses decidiu que largaria tudo e todos e moraria sozinha , como sempre quis.Economizou centavo a centavo para alugar uma cabana de cimento com uma sala , uma cozinha e um banheiro.

Em sua humilde morada haviam:seus livros , seus discos , seus brinquedos,não os antigos, que por azar e grande raiva interior havia destruído ao longo de sua vida,uma tv e um aparelho de dvd, muitos filmes,desenhos, postêrs , fotos de amigos e de artistas famosos e antigos,caixas, caixas e mais caixas.Caixa para as cartas de amigos, e antigos amores.Caixa das decepções, ali eram guardados todos os seus antigos objetos destruídos ou gravemente deteriorados, como um bibelô que um primo chato numa festa de fim de ano quebrou e que ela tanto gostava.

Sua cama , seu guarda-roupa mais algumas coisa de importância vital como uma geladeira velha que pertenceu a sua vó e que também foi de sua tia que comprou uma nova e que a generosamente á presenteou tão estimadamente.Seu computador.

Chegou em casa cansada e faminta, abriu a geladeira e descobriu que não havia nada para comer além dos pães da semana passada que já estavam duros, mas que felizmente ainda não estavam embolorados,tomou banho , e ficou feliz por comer torradas, sempre se divertia quando ia pra cozinha.Não que não gostasse de cozinhar,ela era só um pouco desastrada.Achava-se engraçada, mas não dividia seus pensamentos e sentimentos com ninguém.

A maior parte do tempo que ela passava em casa ou estava lendo ou vendo filmes o que agora acontecia raramente ou como a grande parte das vezes acontecia escrevendo e ouvindo músicas.!

Sempre as mesmas musicam.

Já não ouvia seu coração.Não.Tudo parecia distante demais para que a preocupasse,sentia-se cada vez menos sensível.Tinha medo de deixar de existir ninguém perceber.

Cada carta que ela não recebia, cada telefonema que não atendia, cada amigo que não recebia , cada doce que comia, cada palavra que não dizia, cada lágrima que não chorava, cada riso que não se permitia, cada alegria que não sentia , cada busca que não era sua, cada vez sentia-se mais perto dele.

Daquele que a viria salvar.Daquele que ela já amava e que também a amaria.Tão mais perto estava que por quase um minuto deixava de respirar.

Contava os minutos para que um novo dia começasse e para que algo em sua vida mudasse,não esporadicamente falando.E sim, que ele a encontrasse.Por que ela não estava procurando seu príncipe encantado.Não.

Ela não acreditava nessas besteiras, ela sabia que isso não existia.Mas, acreditava que ele a encontraria.E ele iria encontrá-la.

Em um dia chuvoso em que tudo havia dado errado, ao passar por uma rua erma e escura, escutou finos latidos.Um filhotinho estava preso na calha d´água de uma casa.Ela não se conteve e muito se esforçou para salvar o filhotinho.E era lindo.Ela o tirou de lá,por fim estavam os dois, ela e o cachorro cheios de lama, e muito molhados, ela o levou pra casa, seu nome Johnny!

Seu novo amiguinho era além de muito carinhoso, brincalhão.Freqüentemente ela sentia-se culpada por não passar tanto tempo com seu novo amigo.mas fazia seu melhor.

Ao que parece ela era bem solitária.Porém essa não é a verdade.De fato tinha muitos amigos e ele muito estimada por todos, era o que chamamos de popular.

 

 

Tenho vontade de fugir para bem longe, desaparecer.Crio histórias com desfechos improváveis.Me sinto imatura, incompleta.

Grande o bastante para fugir, pequena demais pra suportar o viver.

Angustiosamente suportando os dias quentes, sem querer que as horas passem.

Penso em muitas coisas, poucas fazem de fato sentido.Sinto meu estômago embrulhar.E dói,dói.

Igrejas que caem,contas bancárias que engordam,crianças com fome na Mongólia.

O ar de esperança nos enchem os pulmões,me embrulha o estômago.A pouco de vomitar e gritar que não é tudo vão, que não pode ser tudo em vão.Escrevo como se alguém escrevesse por mim.Corto palavras, esqueço letras.Mensagens subliminares.Subversivas.Tenho medo de pô-las no papel.Escrevo rápida e descompassadamente, ocupando o lugar de pregações evangélicas ou receituários médicos, derrubando árvores.Uma ilusão apenas.

Prefiro me abster da palavra que cometer o hedonismo pecador.

Assim como José Saramago e seus cegos ,tomada por uma cegueira branca, leitosa, luminosa.Uma cegueira assim encegada, embaçada,vil.

Uma cegueira humana,verdadeira,decrépita ou assustadoramente viva?

Grito um grito assim abafado.Um grito assim bem alto,no pé do ouvido,grito que quero o direito de errar, o direito de pecar.De cair e levantar.De viver descompassar, desafinar, denegrir,rir,fugir e ...grito!

Grito ocupando o espaço dos átomos,grito assim como se alguém pudesse me ouvir.Como se fosse capaz de gritar;de acreditar.

 

 

 

Tudo parece tão estranho, porque nada saí do lugar?Um quadro torto, me assombra, a bizarrice do destino me faz gritar.

Qual será o próximo ato?

Ajeitar ou não ajeitar o quadro?

Sei que se não levantar e pô-lo em seu devido lugar, não haverá lugar para nada mais em minha cabeça.Obedeço o instinto e  ajeito o quadro.

Tudo é tão complicadamente simples ou vice-versa que tenho medo de pensar.

Um sorriso subitamente brota de meu rosto, é quase que impossível tentar contê-lo.

Teus olhos, tua pele, me fascina.Indescritível o que se passa dentro de minha cabeça, que mais parece um emaranhado de fios ou peças de um quebra-cabeças infinito.

Como é gostoso acompanhar teu riso, um poço mais de tempo não resolveria a situação.Eu sei disso.

Coragem, para enfrentar meus medos , para perdoar, superar magoas e pra pedir perdão.

Desperdiçando minutos preciosos com bobagens sem importância , isso é tão desconfortável, desnecessário.É patética a falta de valor que damos a nossa própria vida.Isso quando sabemos o que é a visa.Na maioria dos casos o que não acontece.

Algo está errado.Só não sei dizer o que de fato me incomoda tanto.Me impressiono com minha capacidade de fingir que tudo vai bem , esse meu ar conciliador.Diplomático, caridoso, me faz mal, me devora, pouco a pouco.

Quanto tempo vai passar até que alguma coisa mude?Queria ter o poder que certas mulheres tem.Tal como o poder de Rita, Clarice,Maria,Katherine e Virginia,como Lee, Maysa, Lispector, Mansfield,Wolf ,Leila.

Por que os garotos sempre dizem não?Impiedosamente cruéis como os sentimentos de menininhas.Desejo que todas as garotas do mundo se tornem meio Leila Diniz aos quinze anos.

Sinto as lágrimas caírem,o ódio cresce rapidamente.Odeio chorar.Chorar, tão vão, tão desnecessário,tão urbano, não trepido.

Imagino como foi que tudo se formou, não compreendo.Nem seria nunca capaz de tal.

Olhando a Lua , o vento soprando,há tempos não tinha tempo de olhar a Lua e pensar em banalidades e problemas passados.

 

Um forte abraço, um beijo e um sentimento selador que conforta.Inexplicavelmente inebriada com o gosto de tua boca , com o tocar de lábios,abrir de bocas, tocar de mãos, Sentimento de dormência, cheiro de vida real.

Meu sangue ferve...Como?O que está a acontecer?Sinto agulhas penetrando-me por todo o corpo, a dor que agrada.

Uma sede,ah, isso é patético, o que esta  acontecendo?Algo que jamais voltei a sentir.

A quente escuridão noturna daquele dia me excitava, me impelia o melhor que havia em mim mesmo.A mais prazerosa de todas as sensações existentes.O mundo girava em torno do que sentia, só de pensar nesse simples fato fazia brotar de meus lábios um sorriso.

Aproveitando cada minuto desta nova sensação de total liberdade, sem mais nada que me prenda ,sem mais explicações, sem mais garotos, pais ou estado, sem preocupações banalmente hipócritas ou inexistentes.E é isso que realmente importava.

A partir daquele dia nada mais dói como antes.Mariana morreu.Simples.Sem mais explicações.

Virginia.

Agora tudo fazia sentido, já não mais importava a dor inicial ou as ridículas indagações que obviamente não seriam explicadas.

Aquela pobre garotinha ingênua, que chorava escondida pelos cantos escuros, a mesma que sempre tivera medos dos tão assustadores garotos.A pobre Mariana deixava de existir.Repetia em voz alta tudo isso para que nada se perdesse e a fim de que acreditasse de fato no estava a acontecer.

Finalmente era a hora de fazê-los pagar.Sim todos eles.

A implacável fúria mantida por tanto tempo trancada, acaba de ser libertada por alguém que realmente sabia o que fazia e o que dizia,mas não o que sentia.

O ódio tomava o coração se é que ela ainda o mantinha,o ódio lhe fazia enxergar melhor.Era o que acreditava piamente Virginia.Nada mais precisava ser explicado.Quase nada.

 

Não faria diferença se iniciássemos nossa narrativa, dissertação, memórias, autos seja o que for que estejamos começando, do começo.O que realmente nos importa é o que aconteceu depois.Depois?Sim. Depois do inicio, antes do final.

 

Aqueles olhos penetrantes de uma cor que jamais vira antes,cor essa que não seria capaz de nomear , descrever.Aqueles olhos , esses olhos ainda a observavam, como um sorriso capaz de realizar qualquer desejo.Hum tal sorriso que ficaria gravado em minha memória por tempos indizíveis.

 

Saudade de tudo.Saudade de nada.Cenas sombrias de sonhos antigos me embasam os olhos.Saudade de como tudo acabou,medo da repetição do começo.

Me surpreendo com as palavras suas;tudo absolutamente como num filme antigo, me esforço pra não sorrir e me iludir.

Palavras com valor sentimental.Relativamente relevantes.

Relevância.

Constantemente instável,temo nunca entender a mim mesma.Penso uma coisa e subitamente não sinto mais.

Descubro que não sei viver.Meu corpo dói.Minha cabeça gira.Tenho medo,não sei do quê.Todo esse blábláblá me persegue.Palavras não vão descrever o que sinto, o que eu penso.Supus por muito tempo____________________________________?                 

 

Queria ser quem eu não sou.Me sinto mal.

Muito mal.Quero alguma coisa que me faça esquecer da dor que sinto,de tudo o que vi e que vivi.De tudo o que não saí de minha cabeça.

Sinto falta de coisas que não tive de pessoas que não conheci de lugares onde nunca estive.

Quero um anestésico,um plasil ou quem sabe lecsotan?!?Algo que me deixe incapaz de sentir de pensar de enxegar tudo isso que me faz tão mal.Tão inconstante sou,tal qual não posso eu mesma saber.

È ruim não saber o que se passa consigo mesmo.Não é bão lembrar a todo instante de defeitos que são seus e que não são esquecíveis.Eles continuarão sempre aqui então pra quê e por quê me ...

Não sei ao certo de quem sinto falta.

Nostálgica pelo que vivi.

Raramente isso acontece.

 

Tenho medo do que o que farei com o que o futuro me reserva.Começa a escurecer e mal posso enxergar o que se a minha volta,não sinto o que e quem esta rente.

 

Não é fácil adimitir certas coisas.Não é fácil aceitar que todos rodam na roda idiota e que estou parada,pateta com a cara cheia ,querendo rodar também.

 

Certas vezes sinto que me ausento de mim,e isso me causa uma leveza tal qual não é descritível.Inumanamente calculado.Instintivamente planejado.Inicialmente previsto.Quase paro de respirar, e é bom.

Como um cálculo matemático inacabado, te vejo, te sinto, novamente respiro o mesmo ar que você;quase sem forças,cambaleio para longe de ti, afim de que não vejas o que te escondi,pra que não veja tudo aquilo que optaste por não ver.

Sento e quase não lembro do que acabo de dizer.Me dou o direito de esquecer do teu cheiro,tua voz,aquela noite.O que eu sinto não é traduzível.Coisas que só se aplicam a personagens literários da ficção.

Meu estômago dói,intolerante á qualquer coisa que lhe ofereça.Ressaca moral.Amizade instigante.Assim como uma boneca partida,humilhada por não ser uma flor.Uma dor pulsante.Pungente.Quase um ultraje,quase uma verdade, quase um apelo sem sentido.

Lembro de pessoas sem importância.Sonhos com desconhecidos.Ruas escuras, paisagens desertas, frases infames.

Unhas mal feitas, pintadas de vermelho, cabelo colorido desinforme, vejo vários fios caídos a minha volta.E os fios tem a cor de cereja.Cereja madura,caída ao chão pronta para ser pisada.O cheiro de morte me livra da solidão.E é bom.

Crio meu silêncio através de ruídos incessantes.Sinto a complexidade através do silencio transparente.O silencio é transparente.Imaginei certa vez que fosse talvez branco,ou amarelo,mas o silencio é transparente e tem uma força que só quem o possui entende.Uma luz me toma e é uma luz azul que me toma e domina e me acalma.

Acabo de confirmar-me naquilo que não vivi.Não me preocupo em me fazer entender,em parecer plágio de um plágio mal feito.Me desligo de mim e quase paro de respirar.E é bom.

Me alimento de experiências que não são minhas,de dias que não vivi , de objetivos não-alcançados.Sinto vergonha do que vivi,então rejeito.Te entrego tudo aquilo que repúdio.Te aconselho a jogar tudo num saco para então esquecer quem sabe talvez em algum aterro biológico.

Sinto que meu tempo está prestes a acabar,feliz, apavorada,assustadérrima.Feliz.

Me vem um desejo doido de te morder,te arranhar.Me livro da responsabilidade,me ausentando de mim.Nada como o imaginado,melhor do que o pressuposto.

Rodando,rodando,rodando,quase posso voar.Tropeçando nos próprios pés te advirto do que advirá.Me divirto com as palavras não ditas,sentenças não acabadas.Uma vida não vivida.

Nem tudo na vida é como queremos...muitas vezes única e exclusivamente por esta razão é que permaneço de pé.

Sei que erro, sei que nem sempre estou certa, sei que por vezes me precipito e corro riscos desnecessários.Mas o que seria da vida sem aventuras e diversões?O que seria de mim e do que os outros me tornaram se não fosse o ar que eu respiro?O que seria de mim?

Não amo.Ou amo demais, ainda não sei ao certo.tenho medo e nojo das pessoas.Não consigo amá-las e aquelas que amam  não me amam.Quero um colo que não me ofertam, quero um abraço que me recusam.Quero tudo aquilo que não tenho, tudo aquilo que não posso ter.

Aquilo que tenho, não me apraz, aquilo que posso obter não me interessa.A única coisa que me interessa é o meu próprio mistério.”Eu sou neném, só sossego com beijinho”[Rita Lee]

Tenho vontade de gritar, de em um pulo te alcançar e te beijar desesperadamente sem parar e esquecer que sequer sabes quem sou.Capaz de loucuras por tudo que acredito.Medo por aquilo que me agrada e seduz.

“Estou esperando a inspiração de eu viver. Eu gosto tanto de crianças, eu gostaria tanto de publicar um filho chamado João!”.

Lembro de tardes quentes da linda primavera de 2.007.Lembro de como mal podia com a lembrança de você.Lembrava e quase podia te sentir te tocar te beijar por mais uma vez.

Vida banhada a muita música, literatura, cigarros e álcool.

Vejo fotos de pessoas que não mais existem, tento em vão te buscar de um abismo e sem perceber acabamos por juntos caindo num abismo ainda maior.

Amigos, pessoas que amei, pessoas que mal tenho como descrever, contando segredos, vendo desenhos em nuvens.Caminhando lado a lado, mãos dadas, o vento de fim de tarde refrescando o calor que o sol nos causa.Lembrando de pessoas que não merecem ser lembradas, falando sozinhos.

Juntos apenas em pensamento.Tão distantes um do outro que nem mesmo a dor que nos alimenta pode descrever.Esperando que amanhã seja melhor, torcendo para que os dias passem mais depressa para ter o teu beijo outra vez.Pra sentir prazer em viver mais vez.

Ruas e nomes que nada significam , prazeres que não podes descrever, olha pro sol como se essa fosse a ultima vez.Teme por não acordar.Teme por não mais sofrer... ... ... ... ... Assim como num filme sem nexo... Meio Bossa Nova, meio Rock´n Roll.

Reclama do calor, da música, da escassez de sentimentos.Não consegue ver o que está tão claro:é feliz.Não sabe aproveitar  o que tem.Dias sufocantes, num lugar em pensa e não faz.No melhor lugar onde já esteve em toda vida.Porém, somente anos mais tarde vai descobrir tudo isso.E vai querer voltar atrás e recuperar tudo aquilo que não vai  voltar ,tenta em vão lembrar do que a fez feliz.

Voltando para casa em uma tarde mais quente que as tardes quentes que normalmente enfrentava.O céu muito azul, pássaros entoavam lindas canções que a faziam voar pra longe,levavam-na pra casa, pro lugar onde mais desejava estar naquele momento:ser lar.Pensava coisas muito bonitas,depois as esquecia.Dizia pra si que quando chegasse em casa era preciso anotar tudo aquilo.talvez, em algum dia leria aquilo e ficaria orgulhosa de si.Orgulhosa pelo que os outros nunca conseguiram decifrar.Andava, caminhava como se quisesse chegar a lugar nenhum.E realmente queria.Temia por encontrar figuras importantes da sociedade local.Não gostava da exposição que sua posição de estrangeira em uma cidade pequena lhe impunha.Repetia muitas vezes, muito baixinho a pergunta que muitas vezes lhe vinha a cabeça e que em muitas vezes tomava muito tempo de sua vida que se resumia em fazer muitas coisas pequenas como viver muito introspectivamente. Perguntava assim pausadamente, baixinho, porém audível ao passarinho que encontrava-se ali perto:será que tenho talento?Será que um dia serei capaz de traduzir tudo que sou ou o que penso ser?Será que os outros vêem além do que vejo?Será?